Mais uma safra se inicia em diversas regiões do Brasil e agora mais do que nunca é muito importante que o produtor esteja afiado em relação aos principais conceitos de Plantabilidade, não é mesmo?
Pensando nisso, a Agrosystem vem preparando diversos textos em nosso Blog para abordar conceitos importantes sobre o plantio. No nosso último blog (Os 5 indicadores de um plantio de qualidade) abordamos um pouco a respeito do Coeficiente de Variação (CV), um cálculo muito importante utilizado para avaliar a qualidade do espaçamento entre plantas de uma lavoura. Vendo a importância desse conteúdo, resolvemos produzir um material explorando o CV mais a fundo.
Então, vamos lá?!
O que é o C.V.?
O Coeficiente de variação, ou também chamado de CV é um cálculo muito utilizado para avaliar a qualidade de plantio de uma lavoura. Essa medida estima a variação do estande em relação a média, ou seja quanto maior for o valor do CV maior é a diferença em relação a média e consequentemente maior a irregularidade e distância entre as plantas.
Qual a importância desse cálculo?
Segundo o prof. Paulo Arbex (UNESP -SP), o potencial produtivo de uma lavoura se inicia no plantio, ou seja, uma semeadura mal feita traz grandes possibilidades de redução na produtividade final da lavoura.
A plantabilidade é definida como a distribuição uniforme de sementes ao longo do sulco de semeadura com a população e a profundidade corretas. Dessa forma o agricultor deve buscar a maior porcentagem possível de espaçamentos aceitáveis entre as sementes e minimizar ao máximo as falhas e plantas duplas.
Para identificar tais irregularidades no plantio, é utilizado o cálculo do CV no estande de plantas.
Mas quais os principais problemas de um plantio irregular?
Quando o espaçamento entre plantas é maior que o considerado ideal (as chamadas falhas)torna-se propício o crescimento de plantas daninhas nesses “espaços vazios", que irão competir com lavoura por melhores condições.
Por outro lado, quando o espaçamento é menor do que o considerado ideal, as chamadas plantas duplas, duas ou mais plantas irão competir em um espaço muito pequeno, causando a situação de “planta dominada”, na qual a planta de maior vigor tende a crescer mais que a de menor, dificultando a absorção de nutrientes pela planta mais fraca.
Deu para perceber os prejuízos que o espaçamento entre plantas traz ao produtor, não é mesmo?! O cálculo do CV, ajuda o produtor a avaliar a qualidade do seu plantio, dos maquinários e de sua regulagem, permitindo otimizar seu processo para as próximas safras.
Então vamos para o cálculo!
Como Calcular o CV ?
Para calcular o CV, deve-se medir a distância entre as plantas quando estiverem em estádio fenológico V2 ou V3 ( no milho é quando a planta apresenta de duas a três folhas e na soja quando apresenta o seu segundo ou terceiro trifólio). A medição é realizada entre uma planta e outra em 5 metros lineares e em 5 linhas de plantio, além de ser necessário uma amostragem mínima de 5 subamostras por gleba de produção.
Para o cálculo do coeficiente de variação, é realizado o cálculo da média dos espaçamentos realizados e o cálculo do desvio padrão dos espaçamentos obtidos. Segue a exemplificação da fórmula:
Onde:
CV = Coeficiente de variação
δ = Desvio padrão
X1= Distância entre plantas
X= Média entre as distâncias
Note que um CV ideal, ou seja, com uma distribuição adequada, é igual a 0%, conforme ilustração abaixo.
Para a comparação entre os CV, devemos destacar que a população entre plantas deve ser iguais.
Uma boa prática é fazer uma base de dados das populações estabelecidas com seus respectivos CV, a fim de estabelecer metas para reduzir o CV e consequentemente conseguir uma melhor plantabilidade.
Qual o CV aceitável para soja e milho?
Agora vamos ver na prática qual o CV aceitável para soja e para milho, além dos possíveis prejuízos que a variação dessa fórmula traz para a produtividade da lavoura.
Um trabalho realizado pela Pioneer demonstra que no milho para cada 10% de incremento no CV, há a perda na produtividade de aproximadamente 160,47 kg/ha.
Vimos a importância do cálculo do CV, e como calculá-lo, mas você deve estar se perguntando quais práticas podemos adotar no plantio para melhorar o CV ?
Quais as melhores práticas para melhorar o CV da lavoura?
Velocidade do plantio : A velocidade do plantio é um dos fatores que podem influenciar na irregularidade do espaçamento entre plantas. Para manter o CV o mais baixo possível, o ideal é que a velocidade de plantio seja entre 5 e 6 Km/h.
Umidade do solo: Solos mais úmidos podem apresentar problemas de embuchamento durante a semeadura. O ideal para a realização do plantio sobre a palhada, é que ela esteja seca para assim evitar o envelopamento e consequentemente garantir uma boa plantabilidade.
Qualidade de sementes: Para atingir a máxima uniformidade no plantio o ideal é possuir sementes com alta germinação e vigor.
Qualidade de fertilizantes: O recomendado é possuir fertilizantes com boa qualidade física e com boa uniformidade, a fim de evitar segregação entre partículas. Isso evita as paradas ao longo do plantio para desentupimento dos mangotes.
Manutenção de maquinários: Outra boa prática é a manutenção frequente de dosadores de fertilizante, discos de corte e molas.
Tecnologia à serviço do produtor
Para nossa sorte, a tecnologia tem evoluído constantemente no agronegócio e tem ajudado o produtor a realizar o melhor plantio possível.
A Agrosystem é pioneira no mercado brasileiro em soluções para o plantio desde 1989, e tem diversas soluções para garantir um plantio perfeito: sem falhas, sobreposições e plantas duplas/triplas.
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Benefícios e funcionalidades:
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Conclusão
Como podemos ver, a distância ideal e uniforme entre as plantas é um fator de grande importância para a produtividade final da lavoura. E dessa forma, o cálculo do coeficiente de variação (CV) se torna uma poderosa ferramenta de avaliação da qualidade do plantio. Além disso, ao se fazer o acompanhamento desse cálculo anualmente, o produtor consegue comparar seu plantio com o dos anos anteriores e projetar metas para evoluir nas próximas safras.
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Elaboração do artigo: André Brandt Alves
Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), com MBA em Marketing pela ESALQ/USP.